segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Filósofos na onda
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Surfistas: 11.º ano.
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«A retórica clássica, a arte de bem falar, ou seja, a arte de falar (ou de escrever) de modo persuasivo, propunha-se estudar os meios discursivos de acção sobre um auditório, com o intuito de conquistar ou aumentar a sua adesão às teses que se apresentavam ao seu assentimento.»
Chaim Perelman, “Rhétorique et philosophie” in Rhétoriques, Bruxelles, 1989.
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«É retórico num discurso o que o torna persuasivo pela união do fundo e da forma. Entendo por fundo o conteúdo informativo e a estrutura lógica do discurso. Por forma tudo o que provém da afectividade (o ethos e o pathos), da construção (dispositio), do estilo e, por fim, da dicção.»
Olivier Reboul, L’Argumentation (Liège: Mardaga, 1987) 109.
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«A retórica é o encontro dos homens e da linguagem na exposição das suas diferenças e das suas identidades. Eles afirmam-se aí para se encontrarem ou para se repelirem, para encontrarem um momento de comunhão ou, pelo contrário, para evocarem essa impossibilidade e verificarem o muro que os separa. (…) Daí a nossa definição: a retórica é a negociação da distância entre os sujeitos. Esta negociação acontece pela linguagem (ou, de modo mais genérico, através da – ou de uma – linguagem), pouco importa se é racional ou emocional (…). Daí a definição geral que agora propomos: a retórica é a negociação da distância entre os homens a propósito de uma questão, de um problema
Michel Meyer, Questões de Retórica (Lisboa: Edições 70, 1998) 26-27.

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