quinta-feira, 30 de abril de 2009



Quaestio

Surfistas: 10.º ano!


Kant argumenta que há um princípio ético fundamental que, sendo seguido, torna os nossos actos eticamente correctos. Esse princípio é o imperativo categórico e uma das formas de o enunciar mostra que as regras morais são criações racionais dos indivíduos e, simultaneamente, que a moral é universal:

«Age apenas segundo uma máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne lei universal.»

Q:
Pode um ladrão querer que todos roubem quando a oportunidade surge? Podes tu querer que todos façam promessas sem a intenção de as cumprirem?

5 comentários:

Anónimo disse...

Um ladrão nunca quereria que todos roubessem, pois seriam muita concorrência e ele teria pouco para roubar (por isso existem desabenças entre muitos gangs), é claro também que um ladrão não deve ter um pouco de ética nem este ensinamento de Kant. Roubar é éticamente incorrecto por isso mesmo, porque nem toda a gente pode fazer.
Fazer promessas é éticamente incorresto pela simples razão de as pessoas perderem a confiança em nós, e porque não acharíamos graça nenhuma que alguém fisesse o mesmo conosco. A ética traduz-se bem pelo ensinamento de: não fassas aos outros o que não gostarias que te fizessem a tí.

João Ferreira nº9 10BCT

Anónimo disse...

Kant é um dos filósofos que procura responder ao problema da fundamentação moral.
Na ética pressupomos a liberdade. Ao contrário dos animais, que estão determinados naturalmente na sua acção, nós, Humanos temos sempre um conjunto de possibilidades de escolha. Somos portanto, livres. Como diz Savater ao seu filho Amador: “faz aquilo que quiseres”. Mas dentro desse conjunto de acções que podemos fazer, existem algumas que nos convêm mais (a nós e aos outros). existem actos muito maus, outros permissíveis, embora opcionais e outros ainda que devem ser feitos.
A Ética é então a “a Arte de pensar sobre o que é o Bem”, atribuir um valor a cada acto de forma imparcial e com base na universalização (avaliar situações semelhantes de modo semelhante independentemente do agente).
A nossa liberdade parece então um pouco constrangida, precisamente porque temos de ter em conta a liberdade dos outros. Por vezes, é necessário limitar a satisfação de um interesse pessoal para benefício dos outros.
O problema da justificação Moral é então: De que modo e em que medida cada um de nós deve limitar essa mesma satisfação? Será que existe algum princípio Ético fundamental?
Segundo Kant, a moral é uma questão de intenção. A acção moralmente correcta depende do motivo do agente e não das suas consequências. Um acto é moralmente correcto, se o agente teve a intenção de cumprir o seu dever independentemente das consequências e se a sua acção poder ser Universalizada (Imperativo Categórico-“Age apenas segundo uma máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne lei universal.”,“Age de tal maneira que uses a tua humanidade, tanto na tua pessoa como na pessoa de qualquer outro, sempre e simultaneamente como fim e nunca simplesmente como meio.”). Uma acção tem valor quando a praticamos não pensando no nosso benefício próprio mas sim quando agimos pois sentimos que devemos agir dessa determinada forma.
Então podemos afirmar que um ladrão não está a agir moralmente quando rouba, pois a sua acção não pode ser Universalizada (não faz sentido que as pessoas decidam começar todas a roubar quando a oportunidade surge) e este está apenas a tentar satisfazer o seu interesse imedito, a sua necessidade. Não o faz por julgar estar a ser honesto. Não o faz, movido pelo sentido de dever. Além de que o ladrão está a utilizar a pessoa a quem rouba como meio para atingir o seu objectivo e não como fim em si.
Por sua vez quando fazemos promessas sem intenção as cumprir não estamos a agir moralmente, pois estamos apenas a pensar em nós. É óbvio que se todas as pessoas fizessem promessas, sem pensar cumpri-las, seria complicado conviver, viver. Mais uma vez, estariamos a utilizar pessoas como um meio para atingir um fim, o que está errado.
Então, e segundo Kant, roubar e fazer promessas sem ter intenção de as cumprir são actos que não têm qualquer valor moral, pois usando a razão (a racionalidade que nos caracteriza), podemos concluir que a máxima segundo a qual eles se regem não pode ser, de modo algum Universalizada.(nem o ladrão deseja que todos roubem, nem nós queremos que todos façam promessas sem a intenção de as cumprirem).

Cândida Sofia nº3 10ºBCT

Anónimo disse...

Todos os ladrões têm intensão de roubar, mas eles nao gostariam que outras pessoas o roubassem a ele. As promeças feitas são para serem cumpridas, mas muitas das vezes nao sao (essa acção nao tem valor etico para kant),mesmo que a nossa vontade fosse que elas sejam cumpridas.
Logo, uma acção só é eticamente correcta se essa acção poder ser universalizada, tornando a uma maxima para todos (não fassas aos outros o que não gastas que te fassam a ti).


Carlos Branco nº1 10ºACT

Anónimo disse...

Segundo o filósofo Kant devemos agir agir com uma máxima que deve ser tornada numa lei universal, isto é, a lei deve ser igual para todos. A máxima do ladrão é ,"devo roubar quando a opurtunidade surgir", mas será que esta máxima se poderá tornar universal? Na minha opinião não. Pois se todos roubassem quando tivessem oportunidade o mundo deixaria de ter regras e toda a gente se roubava mutuamente deixando assim de existir a vida em sociedade. Na opinião do ladrão acho que também não lhe seria muito conveniente uma vez que se ele podia roubar aos outros, os outros também o podiam roubar.
Quando fazemos uma promessa devemos cumpri-la. Se nós tivermos o hábito de não cumprirmos as nossas promessas, entao ,segundo Kant, essa máxima deve ser universalizada. Se toda a gente fizesse promessas sem intenção de as cumprir, então nós não confiariamos em ninguém.
A teoria Kantiana pertende criar mais justiça entre as pessoas através da universalização das leis.

José Cordeiro nº9 10ºACT

Anónimo disse...

Na minha opinião a Ética Kantiana não pode ser aceite, porque não tem em conta as consequências do acto. Quer dizer como pode um acto ser avaliado sem ter em conta as suas consequências? Se assim fosse toda a gente fazia o que queria desde que o agente tivesse a intenção de cumprir o seu dever. E, se a frase de Kant "Age apenas segundo uma máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne lei universal", fosse tomada em conta, então um ladrão, se roubasse e achasse bem o que estava a fazer, era porque ele achava bem que toda a gente roubasse e, então, tambem o podiam roubar a ele, o que não parece fazer muito sentido. E, se uma pessoa fizer promessas sem a intenção de as cumprir, então, segundo esta frase de Kant, é porque essa pessoa também não quer que ninguém lhe cumpra as promessas, o que também não parece fazer muito sentido.

Joel Martins 10ºACT