terça-feira, 3 de março de 2009



As melhores ondas
.
.

Q: Se uma árvore cair numa floresta e não houver ninguém por perto para ouvir, ela fará barulho? Porquê?
.
1.
A Teoria Clássica do Conhecimento, teoria CVJ, diz que para haver conhecimento é necessária uma crença que seja verdadeira e se encontre justificada. Para haver uma crença necessitamos de um sujeito que acredite em algo. Ora se a árvore caiu sem nenhum sujeito por perto é óbvio que é impossível garantir que a árvore tenha feito barulho. Mas quer dizer, quando um objecto cai ele não faz sempre barulho? Será que nos podemos basear em experiências vividas para dizer que a árvore faz barulho ao cair ou não sem um sujeito por perto? No mundo, tal e qual o conhecemos, os objectos fazem barulho ao cair, então mesmo sem ninguém por perto a árvore fez barulho. Será? Imaginemos que existia a Terra, tal e qual como conhecemos, mas sem Homens, ou seja, nós não existíamos. Ora pondo as coisas neste ponto constata-se que é necessária a nossa existência para que uma árvore faça barulho, pois como faria uma árvore barulho sem que nunca ninguém a tivesse ouvido? Isto é, como pode algo existir sem alguém compreender a sua existência? Na nossa vida, a experiência apenas nos pode garantir que uma vez uma árvore caiu e fez barulho, não consegue garantir que da próxima vez será assim. Deste modo, o barulho só é barulho quando captado por um corpo que tem uma mente que compreende o conceito de barulho, como na situação em causa não há um sujeito a ouvir a árvore cair esta não faz barulho ao cair.
.
Rui Manuel 11.ºACT
.
2.
Segundo Descartes (filósofo racionalista) a árvore ao cair fará barulho. Para Descartes e para os defensores do racionalismo, podemos ter conhecimento do mundo sem recorrer à experiência. O racionalismo afirma que o mais importante conhecimento do mundo depende apenas do pensamento, e afirma isso, pois a matemática (que depende apenas do pensamento) descobre verdades incorrigíveis. Estas verdades não são susceptíveis a correcção a partir da experiência. O racionalismo procura estabelecer conhecimento do mundo igualmente incorrigível e tal como na matemática, isso só será possível se esse conhecimento depender apenas do pensamento. Segundo o racionalismo, podemos ter conhecimento a priori (sem recorrer à experiência) de verdades sintéticas (uma proposição é sintética se é verdadeira ou falsa em virtude dos factos e não em virtude do significado dos seus termos). Assim, segundo os racionalistas, se uma árvore cair numa floresta e não houver ninguém por perto para ouvir, ela fará barulho.
.
Segundo Hume (filósofo empirista) nunca iríamos saber se a árvore fará barulho ao cair. Segundo o empirismo, não podemos ter conhecimento do mundo sem recorrer à experiência (contacto com o objecto através dos sentidos) e todo o conhecimento do mundo depende da experiência. Assim, se uma árvore cair e não houver ninguém por perto para ouvir, não é possível saber se ela fará barulho.
.
Na minha opinião, se uma árvore cair numa floresta e não houver ninguém por perto para ouvir, ela fará barulho. Barulho é um sinónimo de som e a definição de som é “propagação de energia sob a forma de ondas no meio que rodeia um corpo em vibração”. Para que se gere som, é necessário que alguma coisa ponha o ar em movimento. Assim, a árvore a cair numa floresta gera som (barulho), independentemente de haver alguém por perto para ouvir, pois a queda da árvore põe ar em movimento. O ponto de vista empírico é rejeitado por mim, quando faço a seguinte analogia (falsa analogia): ”Se a árvore não faz barulho por não haver ninguém por perto a ouvir, então se eu fosse cego as cores não existiriam.” Segundo os empiristas, todos os fenómenos dependem da experiência. Então, não poderíamos saber se a árvore caiu realmente, pois ninguém presenciaria a árvore a cair.
.
Segundo o empirismo, quem não me diz que quando vou para a escola, a minha casa não anda a passear nas ruas e a namorar com outras casas. Se eu pusesse uma câmara a gravar e depois fosse ver a gravação, veria de certeza a árvore a cair e ouviria de certeza o barulho feito pela árvore a cair.Na minha opinião, o conhecimento depende do pensamento, mas sempre baseando-se na experiência. Quando a experiência provasse o contrário, então já não haveria conhecimento. Nunca foi provado que uma árvore quando cai não faz barulho, mas já foi provado que quando uma árvore cai faz barulho. Na minha opinião, uma proposição é verdade até que se prove que é falsa e nunca foi provado que esta proposição é falsa.
.
Assim, se uma árvore cair numa floresta e não houver ninguém por perto para ouvir, ela fará barulho.
.
Francisco Canadas 11º ACT
.
3.
Em primeiro lugar, o som caracteriza-se por uma fonte emissora, geradora do ruído e por uma fonte receptora. Logo, é necessário que estes dois estejam interligados, caso contrário esse som não é obtido por completo.
.
Ora, se para afirmarmos a certeza de um determinado facto dependemos da experiência, caso contrário não podemos afirmar com certeza absoluta que uma árvore ao cair numa floresta, sem ser observada por alguém ou por algum meio artificial (digital) como por exemplo uma câmara de vídeo, produza som. Segundo Hume, todo o conhecimento depende da experiência. Então, se não experienciarmos o momento não podemos saber que a queda da árvore produziu ou não som durante a queda.Segundo a concepção de Hume (Relações causais), a experiencia mostra apenas união constante entre contiguidade e sucessão temporal. Simplesmente criamos um hábito mental de “ver” uma árvore a cair e produzir som, onde há apenas contiguidade e sucessão temporal. Logo, a informação existente sobre acontecimentos efectivados não pode ser estendida ao futuro.
.
O nosso bom senso diz-nos que sempre que presenciamos uma árvore a cair ouvimos o som que a sua queda emite. Isto faz-nos pensar o mesmo em relação a um acontecimento semelhante que não possamos presenciar. Segundo a concepção clássica de causa-efeito, somos persuadidos a aceitar que a repetição da experiência em relação a um mesmo tipo de fenómeno, que a árvore ao cair necessariamente produzirá som. Mas se todos os fenómenos dependem da experiência de um observador para serem efectivados, poderíamos concluir que a árvore ao cair solitariamente na floresta não produziria som na ausência desse tal observador. Portanto, não há garantias que o fenómeno ocorra dessa maneira na ausência de um observador.
.
Rui Pereira 11.ºBCT

Sem comentários: